Momento errado
A aprovação do plebiscito "as três porradas", num conchavo de líderes partidários, se mostrou um grande equívoco. Essa estratégia inverteu a lógica e tudo que precisava ter sido definido antes, ficou para depois. Resultado, as incertezas foram maiores do que as certezas. Porém, tudo mais complicado quando o STF derrubou a tese dos defensores da divisão de que só área pretensamente a ser dividida é que deveria ser ouvida, cabendo, na prática, ao chamado "Parazinho" a decisão.
Três Parás
Como esperado, a votação consolidou a existência de três estado dentro de um só. Tapajós queria ser Tapajós; Carajás queria ser Carajás. Mas o "Parazinho" queria continuar sendo "Parazão". É isso, nessa contradição o Pará ganhou e perdeu, ao mesmo tempo.
Tamanho não é documento
Terminado o plebiscito e proclamada a vitória da unidade territorial do Pará, fica a lição de que não é o tamanho que importa e sim a população, ou melhor dizendo, os eleitores. Ou seja, o problema do dito abandono das áreas mais distantes não é por distância, mas por densidade populacional e eleitoral.
Infelizmente, na política, eles olham primeiro pera os seus próprios interesses, que é a eleição. Investir em áreas mais densamente povoadas trás mais resultado eleitoral, assim, quanto menor a densidade eleitoral de uma região, mais distante ela ficará do poder, independente do seu tamanho.
Curioso. Não era bem assim
Um olhar no mapa de votos do plebiscito, nota-se que a região Xingu não estava convencida de que queria ser desmembrada do Pará. Altamira por exemplo, segunda maior cidade do pretenso estado do Tapajós, votou majoritariamente pelo Não, com cerca de 65% dos eleitores declarando-se contrários ao desmembramento.
Isso prova que o problema nunca foi de tamanho, agora que vai se tornar o primeiro município da Amazônia com 100% de residências atendidas por saneamento básico, Altamira, que é a principal cidade beneficiada com os investimentos da UHE de Belo Monte, não quer saber de dividir. Quer é somar.
Altamira, a nova capital do Pará
Alias, Altamira pode se dar bem já que os separatistas agora pregam o deslocamento da capital para o centro do estado, isso, argumentam, seria capaz de trazer o Estado para mais próximo das regiões "esquecidas", ajudando a reconstruir a unidade estadual. Seria interessante, Altamira que não servia nem para ser capital do Tapajós, agora é alçada ao posto de futura capital do "Parazão".
Em tempo
O povo do Pará, ao rejeitar a criação de novos estados, livrou a cara do Congresso Nacional, que iria passar por um "perrengue" doido caso tivesse que incluir dois novos estados no FPE e também na redivisão das cadeiras dos estados na Câmara.
Verdade, o plebiscito serviu sim, para acordar o povo paraense para o fato de que é preciso fazer os recursos chegarem ao Estado inteiro para que todos possam se sentir paraenses e não terem de ir aos Estados vizinhos em busca de melhor atendimento de saúde por ex. Além de outras lições que o evento trouxe.
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