BLOG DO VICENTE CIDADE

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem precisa de aliados como esses?

É no mínimo criticável a postura adotada por parte do PT que não reconhece nas ações do PMDB regional uma prática mesquinha, condenável. Não dá para ver o PMDB, através do seu líder, o inescrupuloso Jader, tripudiar do governo como vem fazendo e ficar simplesmente na defensiva, como se o PT, um partido com 30 anos de luta, agora tenha que se calar em nome de uma aliança, que, a julgar dessa ótica, deixa o partido de joelhos aos interesses desse salafrário.

Não responder aos ataques diários do PMDB ao governo e se calar frente a essa estratégia de transformação das alianças eleitorais num grande balcão de negócios, permitindo que o governo fique exposto, sofrendo acusações mentirosas de toda sorte, ao mesmo tempo em que a “Barbalhada” vai manipulando o cenário político com factóides e chantagens, é, no meu entendimento, má fé ou burrice.

Volto a cobrar uma postura mais pró ativa do Chefe da Casa Civil, Everaldo Martins, que até agora não disse a que veio, a única movimentação que estamos percebendo na CC até agora é a turbinada na candidatura de seu irmão Carlos a deputado federal. Desta forma, mesmo que involuntariamente, Everaldo vem contribuindo para que o cenário político fique confuso e indefinido. Cobro do CNB uma postura mais firme em defesa do governo, pois, teria sido exatamente esse o argumento da necessidade do CNB estar à frente da Casa Civil, ou seja, para se comprometer, exigiram o comando do governo, isso foi feito e até agora não estamos vendo esse comprometimento.

O PT tem capital político suficiente para disputar essa eleição com ou sem o PMDB, isso precisa ficar claro. Não estou dizendo que as alianças políticas não são importantes e que não devemos buscá-las, há muito tempo deixamos de ser “puros” e isso não é crítica, pois tem sido fundamental para que possamos realizar mudanças estruturais no Estado brasileiro, com combate ao neoliberalismo e impondo derrotas ao capitalismo mordaz que aflige e trás tanto sofrimento à classe trabalhadora.

Agora, é preciso também que o CNB veja, que não será só com a eleição de Dilma para presidente que vamos continuar avançando, se não houver alinhamento político entre as esferas de governo, nossos avanços serão muito mais lentos. Vejamos o exemplo das políticas públicas de inclusão social como o Bolsa Família, onde o cadastro é de responsabilidade das prefeituras e vira e mexe há denúncias de manipulação e corrupção por pessoas que deixam de dar o benefício a quem precisa para embolsar o recurso. Por outro lado, nas regiões Sudeste e Sul do país, onde as alianças Demo-Tucanas prevalecem, mesmo com toda a aceitação de Lula, ainda sim, não temos a maioria da sociedade defendo o avanço de nosso projeto, enquanto que nas demais regiões do país, a situação se inverte.
No Pará, temos um bom exemplo de como esse alinhamento é importante. Com a governadora Ana Júlia à frete do governo estadual, foi possível combater, como nunca antes, o histórico de crimes ambientais e de violência no campo, mazelas que sempre foram evidentes no estado; foi possível ainda, com a firmeza de Ana Júlia ao defender a construção da UHE de Belo Monte, destravar a maior obra de infraestrutura do país; além, da implantação do futuro pólo minero-metalúrgico em Marabá, onde, não fosse a transformação decorrente do Novo Modelo de Desenvolvimento pensado para o estado, somente a pressão do presidente Lula não seriam suficientes para que esse empreendimento fosse, de fato, instalado aqui no estado.

Outro fator relevante que demarca a importância do alinhamento nas esferas do governo são os programas Bolsa Trabalho e NavegaPará. Esses dois programas implementados pelo nosso governo são hoje referências nacionais de políticas públicas voltadas para a inclusão cidadã e melhoria das oportunidades e da qualidade de vida das pessoas, servindo inclusive de exemplo para o Governo Federal que planeja lançar programas semelhantes a nível nacional.

Portanto, entender que a estratégia de eleição da Dilma não esteja associada à de reeleição de Ana Júlia é um erro muito grande não só de estratégia, mas principalmente de ação política. Por isso, está na hora da Unidade parar de ficar desautorando lideranças do partido que legitimamente saem em defesa do governo e, principalmente, tentando desqualificar a DS como interlocutora do processo,temendo que isso venha a prejudicar os acordos para apoio à Dilma e/ou a candidatura do Paulo Rocha ao senado.

A relação do PT com PMDB deve ser pautada no respeito e no compromisso político e não no jogo do “beija mão do poderoso”, ou seja, se eles têm a força e a história deles, nós também temos a nossa.

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