Lendo o artigo do FHC no Liberal deste domingo, fico cada vez mais convencido de que não somos nós que devemos esquecer o que ele escreveu, mas, na verdade, talvez fosse melhor ele, FHC, esquecer de escrever.
Além de reafirmar a sua já conhecida inveja de Lula, FHC neste artigo revela, implicitamente, todo o seu preconceito contra o povo do Nordeste brasileiro, além de também demonstrar o que o PSDB pretende com a candidatura do Serra.
FHC, do alto de sua enorme arrogância, compara o processo eleitoral vindouro com a redemocratização do estado brasileiro, para fazer um chamado à “responsabilidade cívica” dos Estados de São Paulo e Minas Gerais para derrotar Dilma e o PT. Esse ato de desespero, a meu ver, reflete, embora não mencionado, um preconceito com as populações das regiões do Norte e Nordeste brasileiro, onde sabidamente o candidato do PSDB provavelmente perderá a eleição para o PT.
Além do preconceito implícito nesse artigo, fica também a preocupação que todos devemos ter com essa proposição, pois, foi na aliança desses dois estados que, durante a primeira metade do século XX, os desequilíbrios regionais no Brasil se enraizaram, contribuindo para fazer do país um dos mais desiguais do mundo.
No governo Lula, as políticas públicas passaram a ter novas orientações estratégicas e finalmente as regiões mais pobres do país passaram então a serem priorizadas pelo governo federal, seja com investimentos sociais ou infraestruturais. No Pará, por exemplo, a determinação do governo federal foi determinante para que a ALPA (indústria de aço) de fato viesse a ser instalada aqui no estado.
Por outro lado, fica evidente para quem leu o artigo, que a estratégia do PSDB é retomar o estado brasileiro para dar prosseguimento às privatizações interrompidas pelo governo Lula. Pois, mesmo com a crise econômica de 2008, que para muitos fora uma crise de regulação, ou melhor, da falta dela, ainda sim o FHC critica o governo Lula pelo fortalecimento de algumas empresas públicas e que foram fundamentais para que o Brasil tivesse uma condição diferenciada de superação dessa crise.
No meu entendimento, essa postura equivocada do FHC, de entender o fortalecimento de instituições pública importantes para o desenvolvimento como criação de uma “burocracia dirigente” a serviço do partido e não do país, além de ser ultrapassada é uma tentativa de recolocar as privatizações no debate eleitoral, coisa que a sociedade já repugnou na eleição passada, justificando a verdadeira entrega do patrimônio público que foi patrocinado pelo PSDB nos governos do FHC.
Só para citar um único exemplo que acho emblemático, tem a situação da privatização do setor elétrico, todo financiado com dinheiro público do BNDES, onde a União, através de uma disputa jurídica, esta conseguindo retomar parte importante do patrimônio público, que são mais de 200 mil km de redes de fibras ópticas implantada em todo país, que estão sem nenhuma utilização.
Com o direito á retomada da rede ganho na justiça, o governo Lula anunciou o maior programa público de inclusão digital do mundo e, para viabilizar esse programa anunciou também a criação de uma nova estatal com a função de suprir, de todas as formas, o programa. Isso não é erro, pelo contrário, é fundamental para o futuro do país e tratar esse assunto com esse nível de importância revela a visão de futuro do presidente Lula.
Esse programa de inclusão digital é inclusive inspirado no nosso programa NAVEGAPARÁ, que a governadora Ana Júlia, de forma brilhante, vem implementando no estado, a partir do uso da rede de fibra óptica da Eletronorte, que estava aí há anos sendo subutilizada e que agora leva desenvolvimento para varias cidades do estado, que antes só viam a linha passar.
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