BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

terça-feira, 2 de março de 2010

Hoje começa o maior desafio da DS do Pará

A Democracia Socialista – DS é uma tendência interna do PT com atuação nacional, forte tradição de esquerda e se organiza internamente junto à outras forças políticas minoritárias no partido, compondo um campo de tendências que defendem um programa mais à esquerda para o partido, denominado Mensagem ao Partido, embora a direção do PT seja composta majoritariamente por integrantes de outras forças denominadas atualmente de Construindo um Novo Brasil – CNB, da qual faz parte o Presidente Lula e a Ministra Dilma.

No Pará, foi originária de um racha da antiga Força Socialista, que posteriormente viria a deixar o PT. Tem como maior liderança política a Governadora Ana Júlia Carepa, o que não impediu que ainda assim, a DS continue mantendo o mesmo statu quo de tendência minoritária na composição da direção do PT no Pará. Essa contradição, de ter uma grande liderança política e ao mesmo tempo ser minoritária no partido, tem levado freqüente a DS a entrar em confronto aberto com as demais forças internas do partido, o que acaba respingando na gestão do governo.

De forma recorrente venho postando matérias que tentam explicar aos leitores as relações internas no PT, para que estes possam entender um pouco melhor o andamento da política no estado. Particularmente, como filiado ao PT há 13 anos, fiz a opção pela militância na DS, por isso tento analisar os passos dados pelos principais dirigentes da tendência.

Na noite deste dia 01 de março a DS partiu para o desafio de construir seus mandatos populares, oferendo três grandes lideranças para encabeçar essa jornada: a companheira Suely e o companheiro Edilson Moura para a disputa estual e o companheiro Puty para a disputa federal. Esses companheiros carregam consigo a futuro da DS no Pará, embora outras candidaturas da tendência ainda estejam postas, mas, pelo fato de terem comandado pastas estratégicas no governo, são responsáveis pela maior chance de êxito que temos.

Num partigo de esquerda o papel dos mandados parlamentares são fundamentais para aglutinar os seus  militantes, sendo que no caso do PT, as tendências se organizam em função dos seus mandatos e as disputas internas também se pautam por essa relação. Ou seja, a ausência de mandatos enfraquece a relação interna dentro do partido. Isto posto, para a DS, fazer seus mandatos parlamentares em 2010 é uma condição muito importante, pois só assim poderá equilibrar as forças no diretório estadual do PT e com isso ter possibilidades de não externalizar crises internas e, principalmente, não permitir que essas crises possam interferir diretamente no governo, ou colocá-lo em "saia justa", como aconteceu recentemente.

Em minha opinião, a falta de mandatos parlamentares fez com que a DS cometesse alguns erros importantes ao longo desse primeiro governo, mas isso é assunto para o próximo post...

3 comentários:

  1. parabens camarada Cidade sua postura ontem mostrar que vc e as pessoas que estão contigo tem posicionamento e coerencia vc foia voz de muitos que gritou sozinha num ambiente lotado.
    De uma grande admiradora sua e de seu grupo politico de grandes quadros mas desvalorizados dentro da nossa tendencia.
    como faço pra ser seguidora do blog ?
    Neide do Guamá

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  2. Vicente,

    Essa tarefa de eleger parlamentares pode comprometer uma projeto maior que é reeleger a companheira Ana para o governo. Isso que a DS quer? Um Federal dois estaduais e nada no governo do Estado. Que maior representatividade do que o governo do Estado. Vocês disputaram dois PED com o governo na mão e perderam os dois. Vocês acha que com mandato parlamentar a corelação de força interna vocês vão se tornar maioria no PT Pará?
    Repense melhor a estratégia. Mandato parlamentar é bom, porém melhor ainda e um governo no Estado.

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  3. Companheiro, na nossa estrutura política, um governo deve, necessariamente, estar acima das questão internas do partido. Até porque, qualquer governo sempre será composto pela soma de esforços de um conjunto de partidos, muitas vezes até com um alargamento excessivo do laço de alianças.
    Isto posto, reafirmo que a tarefa da DS, enquanto tendência interna do PT, é se qualificar para disputar a hegemonia do partido, respeitando nosso processo interno de organização.
    O que tu comentas é, inclusive, uma das principais críticas que me faço, enquanto DS, que é a utilização do governo como instrumento de denominação do partido, equívoco esse cometido pela antiga Força Socialista do Edmilson, que diga-se de passagem, a DS não teve competência de fazer.
    É por isso que penso que os mandatos são os melhores instrumentos de organização político-partidária de uma tendência.
    Portanto, discordo de ti quanto ao papel que o governo deve ter na relação com o partido, a Ana Júlia, no caso, deve estar, a princípio, dissociada dessa distanção. Sei que é difícil, mas a maturidade política deve ser perseguida. Valeu.

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