Hiroshi Bogéa On line Quem ama o Flamengo, tem que azular
Amanhã, dia 3, certamente será um dos dias mais importantes na vida política do Flamengo: a escola da futura diretoria.
Até quatro chapas concorrem, mas a disputa forte deverá ser entre a atual presidente, Patrícia Amorim, Jorge Rodrigues e Eduardo Bandeira de Mello
A primeira representa o atraso, a miudeza, o status de clube que se contenta com a pequenez.
A segunda, um amontoado de ex-presidentes rancorosos sem nenhuma proposta revolucionária, para o clube
A terceira chapa, a azul, a esperança do clube que possui a maior torcida do mundo.
Patrícia é aquilo que está lá, sob o protesto da maioria dos torcedores rubro-negros.
Eduardo tem em torno de si um time de executivos bem-sucedidos dispostos a transformar o Mengão numa das potenciais do futebol mundial.
Nesta segunda-feira, o Flamengo tem a oportunidade de escolher aquele que terá o poder de decidir a vida do Clube em assuntos estratégicos.
Não será mais uma eleição da vida política Rubro Negra, mas sim uma disputa onde vai se decidir quem tratará de assuntos decisivos a longo prazo: Maracanã e Adidas.
Afinal, quem vai negociar com a empresa que ganhar o consórcio do Maracanã por mais de duas décadas?
Quem vai fechar um contrato de uma década com a Adidas para fornecimento de material esportivo?
Depois da dívida milionária contraída com a saída de Ronaldinho, alguém ainda deposita esperança em dia melhores com essa diretoria atual, no que tange assuntos tão burocráticos, cláusulas que se não forem bem analisadas podem lesar o clube financeiramente, como estamos vendo agora?
Hoje, o Flamengo é o único time grande do país sem patrocínio.
É o fracasso absoluto do marketing, que ainda não conseguiu tratar seu torcedor como cliente planejando um sócio-torcedor decente.
Em qualquer outra empresa a equipe desse setor já teria sido varrida sem dó.
Hoje isso não acontece porque o interesse político se sobrepõe ao do Flamengo.
Enquanto times erguem estádios, o Rubro Negro segue inerte, vendo o legado de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada se esfarelarem.
É fato que a sede social avançou, está mais agradável, alguns espaços antes obsoletos agora estão sendo aproveitados. Duas quadras foram reformadas, mas a sede pode mais, e não vejo como essa gestão possa procurar parceiros para um investimento mais ousado.
A Gávea fica localizada num ponto estratégico, belo e um dos mais nobres da cidade, e hoje, incrivelmente, não dá lucro para o Flamengo.
Isso não pode continuar.
O que a Chapa Azul, encabeçada pelo Eduardo, pretende implantar no Flamengo, nenhuma outra chapa planeja nível profissional igual.
Primeiro, por que não tem quadro suficiente; segundo por que querem manter o mesmo modelo de gestão.
A única chapa que escalou sua equipe completa foi a azul. As outras duas omitem nomes em cargos importantes.
Como os sócios podem comparar, podem analisar os quadros?
É fato que quando se anuncia nomes, e nomes de peso, como Eduardo Bandeira de Mello fez, é porque já tem um modelo de gestão estabelecido que é inerente a aliados que possam se aglutinar durante a campanha, ao contrário de Jorge Rodrigues, que está esperando as peças se moverem para acomodar seus aliados.
Não existe um plano de governo claro, existe sim é manter o status quo.
O modelo proposto pela chapa azul é simples.
Aproveitando da obrigatoriedade pelo estatuto de se ter cargos amadores, Bandeira de Mello uniu o útil ao agradável, fechando com nomes de peso do mercado para assumirem os cargos de vice-presidência e juntos formarem um Conselho de Gestão, cuja missão será traçar metas, atrair investimentos, planejar e cobrar resultados dos executivos, como em qualquer empresa.
(A ideia não é fazer do Flamengo uma S/A, mas usar um modelo de gestão semelhante a de uma empresa.)
Com Wallim Gonçalves sendo o executivo geral, sua missão será receber o planejamento do Conselho e comandar os executivos que serão contratados para áreas específicas do Clube: futebol, marketing, esportes olímpicos e Fla-Gávea.
É um modelo que não admite amadorismo.
E transforma de uma obrigatoriedade estatuária em um trunfo para trazer grandes profissionais Rubro Negros do mercado e formarem um Conselho Gestor.
Definitivamente, o Flamengo não pode perder essa chance de se transformar num dos clubes mais poderosos do mundo, a médio prazo.
Patrimônio para esse empreitada o clube tem: sua torcida apaixonada;
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