Em minha avaliação, aqueles que se apressam a discutir erros de governo estão na verdade atropelando o processo e assumindo suas posições de ressentimento, mágoas e até mesmo oportunismo, contribuindo ainda mais para o desgaste do partido.
Quero aqui fazer uma reflexão coletiva, não no sentido de “jogar a poeira para debaixo do tapete”, mas ao contrário disso. Acho que as avaliações de governo devem ocorrer sim e os erros devem ser postos à mesa, não só para que possamos aprender com eles, como também para dar a oportunidade para aqueles que erraram que possam ter a humildade de reconhecê-los, mas, tão ou mais importante do que isso, é reconhecer os acertos e esse é o momento para isso.
Neste sentido, avalio que debater erros de governo nesse momento escamoteia as transformações e avanços importantes que construímos nessa gestão. Tenho a certeza de que, assim como Lula, se tivéssemos recebido a oportunidade de continuarmos no governo, certamente a governadora Ana Júlia seria lembrada, no futuro, como uma das melhores governantes que esse estado teria.
Reafirmo aqui que os erros de governo não foram maiores que os erros políticos. Fizemos sim um bom governo, pretendo falar disso num outro post, mas infelizmente, não soubemos capitalizar isso, e aí não é só questão de comunicação de governo, que foi ruim, mas, principalmente comunicação de campanha.
Ressalto aqui o fato de que 13 partidos políticos acompanharam o PT e a governadora na coligação eleitoral, isso não foi à toa, era na verdade a certeza de que a aliança tinha todas as condições de ganhar a eleição, ninguém sobe em barco que está afundando.
Não sei se vocês se lembram, mas o prefeito de Belém quando disputou a reeleição, antes do processo eleitoral dispunha de uma rejeição superior a rejeição da governadora Ana Júlia e mesmo assim conseguiu se reeleger. Da mesma forma, o ex governador Jatene, era tido como carta fora do baralho.
Vejamos o seguinte, o ex governador Jatene foi lembrado pela população por sete obras específicas, cinco hospitais regionais, três dos quais nem entregou à população, o Hangar, que também não concluiu e o Mangal das Garças, que a maioria da população sequer sabe onde fica.
Por outro lado, a governadora Ana Júlia disponibilizou no site de sua campanha uma relação de mais de 9.000 obras e/ou ações de sua gestão. Contudo, a maior queixa feita à governadora na campanha era que o governo não fez nada. Como? Ou seja, faltou à coordenação da campanha, encastelada na “Torre de Babel”, ouvir a militância e o povo, para adequar a campanha às suas necessidades.
Na minha avaliação, nós perdemos todo o primeiro turno da campanha por falta de coordenação e centralidade política, pior, deixamos o adversário crescer pautado em mentiras e preconceitos, questões essas que depois se tornaram um “muro” intransponível. Não entendo até hoje, a razão pela qual a coordenação da campanha permitiu a cristalização de preconceitos injuriosos à condição de mulher da governadora, que posteriormente se concretizaram em rejeição.
Portanto companheiros, deixo aqui essa reflexão, acredito, de verdade, que os erros de governo não foram os responsáveis principais que nos conduziram à derrota, tenho notado nas avaliações feitas na blogosfera que muitos dos fatos que são ressaltados, não tiveram grande repercussão na população, ficando mais restrita aos meios políticos.
Sei também que os erros de governo, na maioria das vezes, atingiram muito mais a militância do partido do que a própria população em geral, mas, mesmo assim, no segundo turno principalmente, quando a militância foi chamada, ela não arregou, foi às ruas com toda força e, não fosse os erros do primeiro turno, teríamos sim vencido essa eleição. Tenho certeza !!
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