BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Perdeu o PT, perdeu a DS. Todos perderam. O resto é papo furado !!

É muito difícil avaliar erros logo após uma derrota. Contudo, vão se seguindo avaliações das quais você não concorda e isso acaba te forçando a escrever, principalmente para contra pôr aquilo que se julgue falsos argumentos.


Não quero aqui ter a pretensão de ser conclusivo sobre todos os aspectos que acredito ter corroborado com nossa derrota, mas, em certa medida, desmistificar determinados fatos que se pretendem imputar culpa somente a determinada tendência do partido, no caso a DS.

Na minha avaliação, foram cometidos equívocos tanto na política quanto na gestão, culminando com os desastres cometidos não só na composição da nossa aliança como na composição da coordenação da campanha do primeiro turno.

Para quem tem acompanhado este blog desde seu início, sabe que por muitas vezes escrevi sobre as relações internas do PT, a aliança com o PMDB e ações que considerei inadequadas pelo governo. Destaco nesse momento a postagem PRECISÃO CIRÚRUGICA: O ALVO NUNCA FORA O PUTY E SIM A PRÓPRIA ANA!!, como sendo uma síntese exata do processo político a que me refiro. Na postagem, eu explorei a disputa interna do PT a partir de um fato específico.

Agora, que muita gente está apontando o dedo pra DS, culpando a tendência da governadora pela sua derrota, o que é um absurdo, c abe ressaltar alguns aspectos importantes, tais como:

1- A direção majoritária do PT, optou por destituir a DS da articulação política do processo eleitoral, “escolhendo”, eles próprios, a margem da própria DS, o companheiro André Farias para compor a coordenação da campanha de reeleição da governadora, o que na prática estabeleceu um problema, já que o André chegou sozinho, sem o respaldo da tendência;

2- A articulação política do PT, privilegiou um arranjo que favorecesse a disputa para o senado, inclusive desconsiderando possíveis efeitos da Lei da Ficha Limpa. Fez uma estranha opção de articular uma aliança “branca” com o PMDB, visando eleger Paulo Rocha e Jader Barbalho, desagradando os demais partidos da coligação, que foram impedidos de lançar um segundo nome à disputa;

3- A coordenação política da campanha ficou refém do PMDB, que, desde o início, deu sinais de que não tinha a menor intenção de apoiar a reeleição da governadora. Com uma estratégia sacana de deixar um grupo conversando com o governo, enquanto outro o desgastava, e assim o PMDB foi levando o PT em “Banho Maria”, até o seu embarque oficial, no segundo turno, na campanha da oposição;

4- A campanha da governadora no primeiro turno foi muito ruim, não conseguiu ter centralidade com os partidos da coligação e nem empolgar a militância do partido, que viu na estrutura da campanha, a reprodução da burocracia do governo.

O PT, tem muito a lamentar com essa derrota, mas que isso, tem muito a aprender. Não adianta querer culpara a DS pelos erros, quando na verdade, esses erros foram cometidos pelo partido de uma forma geral, pela falta de unidade e pela disputa mais intensa do que deveria ser, já que internamente, nenhuma tendência saiu menor do que era deste processo a não ser a própria DS o PT, que perdeu o comendo do estado.

Se fizermos uma análise mais profunda, veremos que a Unidade na Luta manteve um deputado federal e fez três estaduais; o PT pra Valer manteve o seu deputado federal e reelegeu seus três deputados estaduais; a Articulação Socialista também manteve seu deputado federal e fez dois estaduais. Por sua vez o PMDB também alcançou o seu objetivo eleitoral, inclusive elegendo Jader Senador.

Portanto a derrota é de todos e TODOS foram responsáveis por ela, alguns mais diretamente, outros de forma indireta. Contudo, essa não foi nossa primeira e nem sará a nossa última derrota ou vitória. Cabe agora ao partido aprender com os erros. Daqui a dois anos tamo nós de novo aí.

Não concordo com aqules que a acham que a hitória do PT acabou aqui, basta lembrar do exemplo do RS, onde a quatro anos a trás fomos derrotados e agora voltamos a vencer. Política é assim: a roda gira !!

4 comentários:

  1. Meu caro Cidade, como militante fiz o que pude, além das minhas forças, para tentar ajudar a companheira Ana. Particularmente, admirei a força e a militância pessoal da governadora, animada, incentivando, adesivando, indo de um lado a outro em caminhadas, comícios e outros compromissos. Me assustei antes e durante a campanha com a forma como eram tratados prefeitos e ourtras lideranças, falar com alguns secretários de Estado era uma burocracia de gente que se sente superior aos outros, salto alto. Penso que a concepção republicana vai além de distribuir máquinas e convênios, ser republicano pressupõe ser inteligente, tratar todos de forma democrática, mas também atender com carinho, com respeito, de forma solidária. Portanto os métodos de avaliação, vão ser o resultado da somatória das formulações das tendências e na reunião do diretório que for aprovar o documento de avaliação desta camapanha, quem vai vencer como resultado final são as forças da CNB. Mas, temos a responsailidade de fazer auto-crítica e de reconhecer também nossos erros, sou do Movimento Solidariedade, e participo da MENSAGEM AO PARTIDO, mas tenho de criticar os erros da DS, como revolucionários, militantes socialistas, devemos ser humildes, para sermos grandes para o futuro. erramos no governo, erramos na campanha: cobrar ICMS antecipado, perder o recurso no Estado e ainda recorrer em brasília e perder, cobrar impostos altos e taxas dos ceramistas, a relação difícil com madereiros, o método que resultou na aprovação do Planos de cargos e salários da educação, a difícil capacidade de se comunicar com a sciedade e esclarecer os escândalos da segurança e da Santa Casa, foram somando pontos na imagem negativa da governadora, e todos os erros se repetiram na campanha. Precisamos reunir e sistematizar nossa avaliação. Parabéns pela coragem e pelo blog. Um abraço Nonato Guimarães

    ResponderExcluir
  2. É natural que responsabilizem a DS pelo derrota eleitoral do PT no executivo, pois indicamos a maioria das secretarias e com isso aumentamos nossa responsabilidade pela gestão do governo.

    No Legislativo ampliamos nossa bancada estadual e federal, porém essa ampliação não pode ser creditada única e exclusivamente à força da militância, pois todo o governo, seja de qual partido for, tende a aumentar a sua bancada no legislativo.

    Portanto, Para que possamos corrigir os erros é necessário reconhecê-los.Eis alguns que considero relevantes:

    1) A composição do governo foi muito discrepante no que diz respeito a correlação de forças interna do PT. A DS ocupava um espaço desproporcional, o que de per si gerava intrigas. No entanto, caso entendamos que essa era uma estratégia para viabilizar nosso crescimento interno, tal qual o fez a FS em Belém, faltou-nos reunir para definir as táticas. Infelizmente, tudo era decidido de maneira verticalizada.

    2) Desidratamo-nos politicamente, deixando de lado a organização interna, permitindo que as ordens do governo direcionassem o norte político da tendência, criando-se a política do medo, onde os militantes comissionados JAMAIS se opunham aos seus "líderes" para evitar exonerações. O "núcleo duro" se articulava no lugar da Coordenação da DS.

    3)Não conseguimos dissuadir a falsa idéia segundo a qual ANA JÚLIA era maior do que a DS e do que o próprio PT. Nesta lógica, mais valia a decisão da ANA do que as da corrente, pois sua posição era soberana, calcada em milhões de votos, o que justificava, por exemplo, a existência de uma "quota" da governadora: Um absurdo para um grupo que traz o socialismo no nome.

    4)A escolha do André Farias para coordenação da campanha foi, na verdade, imposição da governadora, confirmando a lógica do ítem 3 e sob as bençãos do núcleo duro.

    5)A retirada de Charles do governo foi justificada pelas relações umbilicais que este mantinha com o PMDB, então aliado. A ida do Puty para a Casa Civil sinalizou mudança. Deu no que deu: Governo sem rumo, sem marca, batendo em trabalhador, processando servidor e pior: O PMDB continuou no governo fazendo e acontecendo.

    6) JAMAIS se deve indicar o Chefe da Casa Civil para disputa de um cargo proporcional, pois é EVIDENTE que este levará vantagem sobre os demais candidatos do próprio partido e da coligação, gerando uma rejeição automática. Erro GROTESCO, ainda mais quando o nominam de "CANDIDATO DA GOVERNADORA" e repassam estrutura de campanha que em alguns municípios era maior do que a da própria candidata ao governo.

    7) Só se mantém em banho-maria quem quer e o governo quis! Mais um erro tático que se perde no meio de tantos outros. Se o PMDB era o demônio desenhado pelo PT, então porque não rompeu de forma imediata, exonerando-os?

    9) Como se defender a tese de apoio "velado" ao Duciomar em 2008? Repassaram 18 milhões para o Programa Asfalto na Cidade ocorrido em Belém e deixaram o prefeito/candidato inaugurar SOZINHO as obras como se fossem dele. Com isso, a ANA perdeu a oportunidade de reverter a imagem de que nada fez, pois asfalto dá muito voto. Essa movimentação equivocada rendeu a separação com PMDB, que tinha Priante no segundo turno sem o nosso apoio. Qual era a tese defendida às escuras? Não podíamos apoiar o PMDB, pois eles terão o controle da capital e de Ananindeua, fortalecendo-se para 2010.

    No mais, incontáveis foram os erros e, pior do que errar, é não assumir!!!! Cada um com suas responsabilidadese todos com a tarefa de reconstrução.

    Ao núcleo duro, as urnas deram o recado: O poder um dia acaba!!!!

    Everton Silva

    ResponderExcluir
  3. Caros companheiros,

    Nesta primeira avaliação, de fato, ainda não tinha entrado nas questões específicas da gestão, acho que vocês conseguiram ser bastante precisos em algumas delas, principalmente o companheiro Nonato, a qual endosso sua opinião e faço minhas suas palavras, se ele permetir é claro. Já quanto ao companheiro Everton, discordo de algumas coisas.
    Sinceramente Everton, acho que a DS não era tão grande assim no governo como se diz. A verdade é que muitas secretarias credenciadas à DS eram, na verdade, ocupadas “tecnicamente”, por pessoas que se diziam próximas a DS, mas na verdade eram indicações do governo. Ademais, algumas dessas pessoas sequer se envolviam na disputa partidária, o que eu aliais também qualifico como um erro. Agora, se formos mesmo verificar politicamente, mais de 70% do orçamento do estado e das principais ações do governo estavam nas secretarias/órgãos que não eram ocupadas pela DS, tais como: SEDUC, SESPA, SETRANS, SETER, SAGRI, SEAD, SEGUP, EMATER, COSANPA, COHAB, DETRAN, entre outros.
    Quanto à questão da organização da DS enquanto tendência orgânica do partido, eu sempre avaliei que o problema central estava na falta de mandatos e eu acredito mesmo nisso. Uma “falsa” DS se criou em torno do governo e esse tipo de relação é mesmo prostituída, tu tens razão, o que se deu foi a política do “meu chefe é meu líder”, isso, ao meu ver, é fruto da falta de outras lideranças constituídas, o que levou a militância a orbitar nas secretarias do governo, de acordo com as pautas ou alinhamento pessoal. Como resultante, nas reuniões da DS só se discutia governo. Alem disso, muitos companheiros iam para ver se conseguiam falar com os secretários para tratar de demandas, como alias sentenciou o companheiro Nonato, pois não conseguiam de outra forma.
    Com relação à escolha do André Farias para coordenação da campanha, tenho muita discordância de ti, acho que houve um movimento orquestrado pelo CNB, que o elegeu como seu interlocutor, inclusive a revelia da DS ou do dito Núcleo Duro, como queira, foi por isso que ele chegou lá só, isolado.
    Outra coisa que discordo de ti é quanto a campanha do Puty, que teve as mesmas dificuldades das demais campanhas do PT, dizer o contrário é pura queimação gratuita, a prova concreta disso é que ele ficou em terceiro no partido. Ademais, ele não tirou a vaga de ninguém, o teu candidato não se elegeu porque não atingiu a meta dele em Santarém, se tivesse conseguido estava dentro. Isso é papo furado, se não fosse o Puty, qualquer outro candidato pela DS teria a mesma resistência, logo encontrariam argumentos contrários.
    Agora tem duas coisas: primeiro, se a campanha majoritária, como tu falas, em alguns municípios era menor do que a campanha do Puty, a culpa não é do Puty, mas da coordenação da campanha majoritária; segundo companheiro, a campanha do Puty era colada na campanha da Ana, o Puty nunca fez campanha isolada.

    ResponderExcluir
  4. As dificuldades sentidas por cada uma das canidaturas devem ser medidas pelo grau de apoio, de articulação, de prefeitos que apoiam, de sindicatos, grupos sociais, etc. É certo que hoje no PT existem coletivos e lideranças muito fortes. Pensar em desvios ou acusar de mansaleiros, é utilizar do denuncismo demo-tucano, da mídia global, dos ataques da direita conservadora, que enriquece às custas do erário, vive mamando nas tetas do Estado, e acusa o PT de corrupção. Vamos assumir de forma revolucionária e socialista nossos objetivos, justificar com nossa prática libertária nosso ideário socialista e solidário. Assim vai ser mais fácil divulgar e continuar utilizaNDO OS NÚMEROS de nossas políticas públicas, a geração de empregos, a sustentabilidade de nossos investimentos, a democratização do estado, e até mesmo refletir nossos erros, fazer auto-crítica. Não quero escamotear na dimensão do que erramos, precisamos sim,. esgotar as possibilidades de aprender e pedir desculpas de todos os erros que cometemos no governo, nas disputas ingternas, no Partido.
    Acusar a eleição do Puty como questão central da derrota da Ana, é mesquinharia, é falsear o debate. Foi necessário elegermos uma nova liderança, coerente com uma prática solidária, com experiência técnica, jovem, para somar com nossa bancada federal e ao mesmo tempo construir um novo pêndulo no PT Pará. As demais forças do PT, sob a hegemonia da CNB, façam sua avaliação fazendo auto-crítica de seus erros. Use meus comentários camarada Cidade, pois eles são a síntese da voz de centenas de militantes, todos entristecidos, pois esta derrota atrasa e atrapalha a continuidade da democracia, do desenvolvimento susgtentável da disrtribuição de renda e de um estado cidadão. abraços

    ResponderExcluir