Neste final de semana estive relendo alguns artigos sobre a chamada Lei da Ficha Limpa e praticamente me convenci que o risco que as candidaturas de Paulo e Jader estão correndo é muito grande. São muito eloqüentes os que defendem a tese de que a dita Lei não pune, ela regula e ao regular a próxima eleição, a lei estabelece as normas olhando para frente e não para trás. Com isso, a idéia de que fere direito adquirido ou de que retroage para punir, não se aplica, ao meu ver.
Há de se considerar ainda, que existe um grupo de políticos que são, há muito, alvos permanentes do Ministério Público, caso de Jader, Maluf e Roriz entre outros, e essa é uma grande oportunidade de enquadra-los, a exemplo do que aconteceu com “Capone”, que ao ser preso por fraude no imposto de renda possibilitou, posteriormente, o desbaratamento de suas atividades ilegais. No caso, dos políticos citado, em breve perderiam a salvaguarda de seus mandatos, podendo enfim, responder aos seus processos, como cidadãos comuns.
É claro que ao buscar atingi-los, como personalidades relevantes da cena política, o Judiciário demonstrara à sociedade uma clara mensagem do processo de moralização do país. Com isso, numa espécie de Efeito Colateral, atingirá outros personagens, independente do juízo de valor de seus atos.
No caso do Paulo Rocha sabemos que o companheiro foi vítima de um processo político direcionado contra o PT, tanto que, posteriormente, os que não renunciaram aos seus mandatos foram absolvidos do processo de cassação, mas, infelizmente, em que pese a sua história política de luta, a conseqüência daquela renuncia pode vir agora.
Por isso o PT deveria estar atento e preparado para uma eventual adversidade. Acho que a candidatura do companheiro Paulo Rocha é legítima e deve ser dada a ela todas as condições de vitória. Mas, é preciso também deixar a teimosia de lado e traçar um outro plano, que não torne o partido e o governo refém somente dessa decisão.
Não podemos fechar os olhos para uma indesejada conjuntura, que é a possibilidade da impugnação das candidaturas virtualmente vitoriosas de Paulo e Jader. Assim, continuar apostando na estratégia inicial de poucas candidaturas, com as coligações abrindo mão de indicar seus segundos candidatos, pode se revelar um erro, pois poderá abrir caminho para a eleição de candidatos descompromissados com a nossa agenda eleitoral.
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