BLOG DO VICENTE CIDADE

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Avanços e Retrocessos II

A verdade é que alguns partidos de esquerda acabaram se adaptando ao processo eleitoral pragmático vigente, alguns até demais, e, como se diz no popular, “em terra de sapo, saltando com ele”. Mas, em que pese essa condição, a participação de partidos de esquerda na disputa do Estado vem conduzindo a transformações importantes para a sociedade brasileira, se não vejamos:


Não fosse a vitória eleitoral do PT em 2002, certamente o Brasil de hoje estaria amargando uma de suas mais duras recessões econômicas, embora a Direita queira se apropriar desse momento com o argumento de que fora ela, a Direita, a responsável pelo Plano Real. De certo fora sim, mas, o PT conduziu mudanças importantes na economia brasileira sem fazer grandes alardes, de forma que a comparação entre os governos do PT e do PSDB quase já não é mais possível do ponto de vista econômico, tamanho são as mudanças de vários fundamentos.

Com o PT, o país deu um basta na política de privataria e entrega das grandes empresas estatais e mais que isso, em vez de privatizar, saneou e retomou seus investimentos e, a partir delas, redesenhou uma política industrial pautada em suas demandas como geradoras da oferta interna de seus insumos, foi assim, por exemplo, com a demanda induzida pela Petrobras, que a indústria naval renasceu, que o Brasil virou auto suficiente na produção de petróleo e que vai se transformar, com o pré sal, em país exportador. Isso contraria a cartilha neoliberal e os consensos do Banco Mundial e FMI.

Com PT, o país conheceu um ciclo de crescimento econômico com distribuição de renda. Mais de um terço da população brasileira alcançou mobilidade social e a política de combate à fome atingiu diretamente os excluídos. A distribuição de renda e o aumento no poder compra das classes mais pobres do país vem sustentando o crescimento da economia brasileira, evitando inclusive que o país fosse a bancarrota pela crise econômica de 2008. Crise que foi gerada nos países ricos. Hoje inclusive somos credores do FMI.

Com o PT, o Brasil retomou os investimentos públicos com um dos maiores programas de investimentos em infraestrutura já realizado, estimulou setores importantes da economia, executou com sucesso uma política fiscal ante crise para evitar que os trabalhadores perdessem seus empregos. Enquanto isso no centro do capitalismo os trabalhadores empobreceram e viram sumir suas oportunidades de trabalho.

Portanto, é possível que algumas convicções possam ir se perdendo pelo caminho e que o ideário possa dar espaço ao real. É sim provável que toda uma geração tenha que abrir mão do sonho revolucionário apenas para permitir que outros companheiros possam continuar sonhando a luz de um estado que possa algum dia dar as condições concretas para a construção do socialismo.

Serão preciso algumas gerações de transição, mas de concreto, existe o sofrimento de um povo oprimido pela ditadura do capital e que vivem essas agruras hoje, no dia-a-dia e somente com engajamento e participação política e que se avança na transformação social. Não dá para abrir mão disso.

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