O presidente Lula é um homem apaixonado. Por essa mesma razão, muito persistente. Lula fez do Brasil um país muito melhor. Não só melhorou a condição de vida do povo brasileiro, mas melhorou o próprio país, colocando-o no cenário internacional como um país emergente, de futuro próspero. Lula deu condições para que o Brasil se tornasse a "Bola da vez" e conseguiu atrair, além dos investidores, os dois maiores eventos do mundo: A Copa do mundo de futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Uma goleada !!
Lula porem, apaixonado, foi um pouco além do que deveria, seus feitos o fizeram se permitir uma impropriedade. Um equívoco dentre tantos acertos. O coração corintiano do presidente o traiu, a paixão de torcedor o fez cometer um capricho. Como torcedor fanático do Corinthians, viu nesse momento a oportunidade de influir na história do clube. Articulou a realização de um sonho de todo torcedor corintiano: a construção do estádio.
Essa decisão de construção do estádio corintiano, um capricho, que seria simples, pois seria patrocinado por uma empresa privada, tornou-se complicada, a política entrou em cena e o que estava certo cobriu-se de incertezas, colocando o maior estado brasileiro, São Paulo, numa situação muito delicada.
Leiam abaixo um artigo que expõe um pouco da questão em torno desse fato.
Itaquera: o enredo da obra
Por Jorge Hori - Consultor empresarial e do Sinaenco
As obras da arena multiuso do Corinthians em Itaquera não começam porque não têm a necessária licença, mais conhecida como o “alvará de construção”.
São calculados os dias necessários para que a Prefeitura Municipal analise as plantas e emita a licença, passando – pelo menos – por três setores: o da aprovação da construção, o ambiental, pela análise dos impactos sobre a vizinhança, e o de trânsito, por se tratar de um Polo Gerador de Tráfego.
Presume-se que com a boa vontade do Prefeito e da burocracia municipal essa aprovação ocorra em menos de trinta dias.
O problema ainda está no ponto de partida que seria o projeto de engenharia. O projeto para 45 mil lugares teria sido bancado pela Odebrecht, interessada na construção, antes mesmo da designação da arena de Itaquera como a representante de São Paulo para a Copa 2014.
O projeto de Anibal Coutinho substituia o anterior elaborado por Eduardo Castro Mello e superava os dois outros projetos – um do Banif e outro de Quiroz – propostos para efetivar o tão sonhado estádio do Coringão.
Apresentado em agosto do ano passado, já decorreu tempo suficiente para que o projetista preparasse as plantas essenciais para pedir a licença de construção. O que ainda não teria sido feito.
E por que?
Porque não há ainda uma decisão definitiva sobre qual o projeto a ser apresentado: o original para 45 mil lugares ou o expandido para 65 mil (números aproximados).
E por que?
Porque até agora não foi fechado o contrato entre o clube e a Constutora Odebrecth. O caderno de economia do Estado de São Paulo de 21 de abril de 2011 traz a notícia de “Odebrecht registra lucro de R$ 1,5 bi e investirá até R$ 15 bi este ano”.
Ou seja, se ela estivesse a fim de bancar a construção da arena do Corinthians, conforme anunciado ano passado, teria recursos próprios suficientes para isso.
Teria assumido a responsabilidade pela construção, apresentando em seu nome o pedido de licença à Prefeitura Municipal.
Mas parece que ela não estaria disposta a bancar a construção com recursos próprios, tampouco tomar financiamentos, dando como garantia seu patrimônio.
Quer preliminarmente acertar as condições pelas quais o clube irá assumir o empreendimento e lhe pagar. A Odebrecht não está fazendo um favor, quer fazer um bom negócio.
Segundo informações difundidas pela mídia, a construtora teria assumido um compromisso com o então Presidente Lula de investir até R$ 350 milhões, levantando parte dos recursos com o BNDES. Pressupôs-se que para esse valor ela apresentaria garantias próprias, mas calçada na cessão pelo Corinthians de negociar o “naming right” da nova arena.
Na prática a solicitação ou exigência como contrapartida do seu investimento seria ter o direito do “naming right” que repassaria a terceiros. O que o Corinthians não teria aceito, pois quer ele negociar o “namimig right”.
Por outro lado, ampliando a capacidade do estádio para 65 mil lugares e aumentando o investimento necessário para pelo menos R$ 650 milhões, o clube ainda teria que levantar entre 250 a 300 milhões de reais adicionais. Sem a equação econômico-financeira fechada a construtora não assinaria as plantas, e não daria início às obras.
Portanto, para que as ações não fiquem em promessas é preciso fechar o contrato, com ampla divulgação pública e ingressar com o pedido na Prefeitura Municipal.
É o primeiro passo, mas ainda não suficiente. Há vários percalços ainda a serem vencidos: a liberação do terreno, sob pendência para o qual é preciso firmar um Termo de Ajuste de Conduta. Por que está demorando tanto se – segundo se informa – está tudo acertado?
Junto com as plantas é preciso apresentar o Relatório de Impacto sobre a Vizinhaça e o estudo do Polo Gerado de Tráfego, apresentando – no caso – as contrapartidas que o empreendedor ira realizar na infraestrutura do entorno. Terá que assumir parte dos investimentos anunciados pelo Governo do Estado. Ou seja, o valor do empreendimento será muito maior que os R$ 650 milhões. E a Prefeitura Municipal não poderá abrir mão dessas contrapartidas, a não ser com uma lei específica, excepcionando o clube. Fora disso terá que enfrentar contestações do Ministério Público Estadual.
O cronograma está ficando cada vez mais apertado.
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