A avaliação do Ganzer é oportunista, equivocada e subserviente – Parte I

A avaliação feita pelo deputado Ganzer no jornal O Liberal de domingo foi, no meu entendimento, muito infeliz, tanto nos seus argumentos quanto na necessidade, sendo portanto descabida, a ponto inclusive, de merecer não só uma retratação, mas, principalmente, uma repreensão do partido, isso é claro, se tivéssemos uma direção partidária comprometida, de fato, com o partido.

Na verdade o que está por trás dessa questão é a antecipação das discussões sobre a eleição de 2012. Esse movimento do Ganzer certamente faz parte de uma estratégia da tendência PT pra Valer, para atacar aquelas lideranças que eles julgam que possam ser seus futuros adversários na disputa interna do PT.

Entretanto, ainda que seja uma antecipação proposital do debate eleitoral de 2012, o deputado, ao meu ver, mostra seu despreparo político na compreensão desse momento, fruto da visão pragmática que contaminou o PT nesses últimos anos, sobretudo pela guinada pra lá do “Centro” que esse grupos impuseram ao partido.

Contudo, como minha avó dizia que “merdas cagadas não voltam”, exponho aqui o que penso sobre os adjetivos que nomeiam essa postagem.

Alem desses aspectos já mencionados acima, o oportunismo se reflete também na tentativa de imputar à DS e ao Puty a culpa pelo fracasso eleitoral do PT, esquecendo o fato de que foram eles (PT pra Valer) que criaram o estopim do movimento que “baniu” a DS da coordenação da campanha na sua fase inicial, as vésperas do aniversário do partido.

Ou seja, a DS não participou dos acordos pré eleitorais, foram eles, que aquela altura, já fincaram bandeira tanto na Casa Civil, como na coordenação da campanha. Portanto, se houve quebra de acordo, partiu deles próprios. É importante lembrar que o Puty não era mais chefe da Casa Civil quando o PT trouxe para a coligação os 13 partidos, inclusive isolando o PMDB e o DEM.

Ora, se a DS fosse mesmo a culpada pelos acordos não cumpridos e isso tivesse inviabilizado o governo, porque então esses partidos vieram, e se vieram, é porque algo foi oferecido e obviamente aceito.

Não podemos nos esquecer que uma das principais secretarias do governo era exatamente ocupada pelo deputado Ganzer e que por lá passava uma das principais pautas dos acordos políticos, que era a política de asfaltamento de ruas municipais e inclusive estradas vicinais.  

Outra questão importante é em relação ao PMDB, dizer que nós fomos sacanas com eles, os caras estavam em frangalhos quando assumimos, se fortaleceram as custas do governo, possuíam mais de 800 cargos, número inclusive denunciado pela deputada Bernadete no plenário da AL, cargos que até hoje continuam ocupando. Mesmo assim, foram de “corpo e alma” para os braços tucanos.