Nos últimos anos ficou evidenciado que os clubes de futebol brasileiros estão cada vez mais nas mãos de empresários, alguns inclusive são clubes empresas. O fato é que a atividade do futebol é excludente, o clube vive em função, única e exclusivamente dela. Clubes sociais são, cada vez mais, só clubes sociais e, clubes de futebol são praticamente só de futebol. Por exemplo temos o Pinheiros de São Paulo que é um dos maiores formadores de atletas olímpicos do país, mas não tem time profissional de futebol. Por outro lado, com alguma exceção para os clubes cariocas, os demais clubes de futebol são somente clubes de futebol.
Outro exemplo é caso dos programas de sócios torcedores, O Flamengo que tem 35 milhões de torcedores, inclusive eu, tem menos de 10.000 mil sócios ativos e gerando receitas para o clube, enquanto o Internacional de Porto Alegre tem mais 100.000 sócios torcedores, especificamente para o futebol.
Isso demonstra que o modelo de gestão está defasado. Para voltar a ter sucesso, os times paraenses vão precisar entrar nessa roda. Ou terão parceiros para bancar os altos custos do futebol, ou terão que administrar o clube focado só nisso, ou seja, se não tem atrativos que gerem parcerias, é necessário formar seus insumos, ou seja, seus jogadores. Com isso, além de formar plantéis que tenham algum sucesso nas disputas dos torneios em que participam, também servirão como mercadoria para que o clube possa se bancar e ao mesmo tempo possibilitar a renovação do seu estoque de atletas.
Para formar atletas é preciso investir em infraestrutura. Dotar o clube de escolinhas de futebol; centro de treinamento (com toda logística de piscinas, campos, refeitórios, laboratórios médicos); academia de ginástica; alojamento; entre outros. Ou seja, ter foco nesse processo.
Falando assim pode até parecer fácil, mais não é. É preciso ter foco no negócio e principalmente gerenciar o clube com eficiência e responsabilidade. Para voltar a ter respaldo nacional o futebol paraense não pode continuar nessa ciranda, ou pior, entrar numa outra, mais destrutiva ainda, que é a dissolução do patrimônio do clube.
Especificamente no que se refere ao Clube do Remo, nota-se que o vem sendo feito é o contrário disso. A venda do terreno em Benfica, que deveria ser usado para a construção desse grande centro de treinamento foi um tiro no pé. Um grave erro. Agora vem a venda do estádio Baenão, outro erro, pra ficar no mínimo, se é o futebol o centro gravitacional do Remo, não pode ser o futebol o setor mais atingido por esses equívocos. Vão acabar com o nosso glorioso Leão Azul.
No próximo post, vou abordar especificamente minha posição sobre essa venda absurda do Baenão.
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