Escrevo com profunda lamentação sobre a grande tragédia em que se transformou o recente terremoto ocorrido no Haiti, aproveitando para externar minha solidariedade com todas as famílias que perderam entes queridos nessa tragédia .
Tragédias como essa serve para nos mostrar o quanto somos incapazes de reverter situações inesperadas e, diante de tamanha demonstração de horrores, perceber que a nossa solidareidade reflete na verdade a total falta de responsabilidade com que o mundo, dividido em nações, trata países pobres, como o Haiti.
Por outro lado, é como se a natureza tivesse "escolhido", por mais duro que possa parecer, nos dar mais um exemplo, de que, embora esse terremoto seja uma tragédia natural, a maior tragédia haitiana já ocorreu anteriormente a esse terremoto, causada, essa sim, pelos homens, ou melhor, pela intolerância dos homens, motivo pelo qual 80% da população do Haiti vive na mais absoluta miséria, ou seja, pior do que ter de se reconstruir é não ter a esperança de que isso possa ser possível.
Vejam bem, no final do ano passado, na COP 15, o mundo se mobilizou para discutir ações que possam combater a degradação ambiental, uma das ações inclusive levantadas foi a criação de um Fundo Internacional para financiar países pobres. Mas, e a degradação das condições humanas não será também motivo de mobilização internacional? combater a miséria, a fome. Será menos importanrte?
É aqui, neste ponto, que esta tragégia natural se cruza com a tragédia humana. Eis que, dentre dezenas de milhares de mortos, lamentavelmente está a Dra. Zilda Arns. É claro que junto com ela estavam centenas de servidores da Missão de Paz da ONU, o que também é bastante lamentável, mas, não há paz sem pão, ou seja, não se combate a violência sem que se combata os efeitos da miséria.
A Dra. Zilda Arns é um grande exemplo de cidadã. Foi uma pessoa iluminada em vida. Combateu a miséria. Deu exemplo de que é possível. QUE DESCANSE EM PAZ, e que sua obra siga em frente !!!
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